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Você sabia que hoje (26) é o Dia Internacional do Cão-Guia? Essa data é comemorada anualmente na última quarta-feira de abril e foi criada com o objetivo de homenagear esses companheiros de quatro patas, que ajudam a melhorar a vida das pessoas cegas ou com deficiência visual!

O trabalho feito pelos cães-guia gera muita admiração, mas também muitas dúvidas. Nós conversamos com a Mellina, que anda na companhia de um cão-guia há quase 10 anos e nos contou um pouquinho sobre essa relação. Tenho certeza que vocês vão se emocionar!

Mas antes, vamos entender um pouco mais sobre os detalhes desse universo tão curioso dos cães-guia. Confira:

 

O que é um cão-guia?

O cão-guia é um animal treinado para ajudar pessoas cegas ou com deficiência visual a se locomoverem e terem mais autonomia para realizar as tarefas do dia a dia, como atravessar a rua, subir e descer escadas e se locomover por qualquer espaço com muitos obstáculos. Além desse lindo trabalho, eles ainda contribuem com o equilíbrio emocional e a socialização dessas pessoas! Incrível, não é mesmo?

Para que um cão assuma essa tarefa, é essencial que ele seja dócil, paciente e sociável, já que ele estará constantemente na rua e convivendo em ambientes com outras pessoas. Também é importante ser inteligente e obediente, pois isso ajuda no momento do seu treinamento e depois, para seguir as instruções de seu tutor.

Eles precisam ser de porte médio ou grande, pois necessitam de certa força para guiar os humanos. As raças mais utilizadas para esse trabalho são o labrador e o golden retrivier, mas outras também podem ser treinadas para guiar.

 

Como é o treinamento?

O treinamento de um cão-guia começa desde que o pet é bem jovem, normalmente em torno dos dois meses de idade. O adestramento geralmente começa com a socialização, que é quando o filhotinho é adotado por uma família solidária que o ajuda a conviver com seres humanos, o ensina os comandos mais básicos e a conviver em lugares públicos.

Em seguida, o cão é levado ao centro de adestramento e é iniciado o treinamento específico para o trabalho de guia. Nesse momento é ensinado a desviar de obstáculos, prestar atenção aos sinais e outros comandos essenciais para guiar de maneira segura.

Por fim, chega o momento em que o cão passa por uma adaptação com seu futuro tutor, para que entendam a personalidade de cada um e possam estreitar o vínculo. Todo esse processo dura cerca de 2 anos.

Conheça alguns centros de treinamento do Brasil:

Escola de Cães-Guias 

Instituto Adimax

Instituto Carioca de Cão Guia 

 

Como ter um cão-guia?

Para conseguir um cão-guia no Brasil, é necessário seguir uma série de pré-requisitos como: ser cego ou ter baixa visão, ter pelo menos 18 anos, morar em território nacional, ter feito o curso de orientação e mobilidade oferecido pelos institutos especializados, ter uma vida ativa e independente e ter condições financeiras e psicológicas para cuidar de um cão.

Assim como qualquer atividade que envolva animais, existe toda uma regulamentação e protocolos para garantir a saúde, segurança e bem-estar do animal. Todos os cães-guia são doados, como parte de um programa de inclusão, então você não deve pagar para adquiri-los.

A estimativa é de que tenham cerca de 150 cães-guia em atividade, o que é bem pouco perto das mais de 6,5 milhões de pessoas com algum tipo de deficiência visual no Brasil. Por isso, a fila para conseguir um cão desses é bem grande e costuma ter uma espera de anos.

 

O cão-guia pode entrar em qualquer lugar?

Sim! De acordo com a Lei 11.126 da legislação brasileira, toda pessoa com deficiência visual pode ingressar e permanecer em ambientes de uso coletivo, acompanhada de cão guia.

Por isso, restaurantes, hotéis, supermercados, aviões, ônibus, ou qualquer outro lugar ou estabelecimento devem receber todos os tutores que fazem uso de cão-guia, sem exceções.

 

Mellina e Hilary

A história da Mellina com a cachorrinha Hilary teve início em 2014, após passar quase quatro anos na fila de espera para conseguir um cão-guia, através do Projeto Cão-Guia do Sesi, em parceria com o Instituto IRIS.

Mellina possui uma degeneração na retina, chamada distrofia de cones e bastonetes, que fez com que perdesse a visão central, mas ainda possui a visão periférica. Em 2011, sua condição piorou devido ao surgimento de uma catarata, que fez com que ela precisasse se adaptar a uma nova forma de enxergar e viver!

Após ser apresentada à cachorrinha, as duas passaram por um período de duas semanas de adaptação, que aconteceu em um hotel de São Paulo. Nesse tempo, Mellina aprendeu como ser guiada, o funcionamento do arreio (espécie de coleira do cão-guia, usada para guiar o tutor), cuidados com o animal e juntas descobriram como ser uma verdadeira equipe e trabalhar para que tudo funcione!

Segundo Mellina, a vida mudou completamente após a chegada da Hilary. “No primeiro ano tínhamos sempre o acompanhamento do instrutor, fazíamos o caminho para a faculdade, para o trabalho. Na fase inicial ainda temos muita insegurança, receio de fazer as coisas com o cão, mas a dupla precisa se adaptar”. No entanto, após a fase de adaptação, Mellina afirma que tudo melhorou e ela se tornou uma pessoa muito mais confiante!

“A minha autonomia melhorou muito, minha independência, autoestima, segurança e me trouxe sensação de liberdade. O cão-guia aproxima as pessoas, todos acham lindo e admiram o trabalho que o cão faz, isso nos faz conversar e conhecer muita gente”.

Mellina, que é turismóloga, também voltou a ter coragem de enfrentar o mundo sozinha. Um ano após a chegada de Hilary, fizeram a primeira viagem juntas e, desde então, já conheceram diversos lugares do Brasil e do mundo! Todas essas histórias estão relatadas no blog “4 Patas pelo Mundo”, onde você pode conhecer e acompanhar as aventuras dessa dupla maravilhosa!

Na imagem, Mellina posa ajoelhada ao lado do labrador preto, Hilary. Ambas olham para a câmera e sorriem.

 

 

Como agir ao encontrar um cão-guia?

Mesmo que seja raro, é possível que você encontre ou já tenha encontrado pessoas que possuem um cão-guia por aí. Então aqui vão algumas dicas dadas pela Escola de Cães-Guias Hkeller de como se comportar caso você se depare com esses profissionais de quatro patas:

  • Ao encontrar um cão-guia com um cego, não toque, não estale os dedos, não acaricie, não assovie e não faça qualquer outro sinal para chamar a atenção do cão.
  • Se você estiver com o seu cão pet, controle-o para evitar o encontro dos cães, para evitar uma situação embaraçosa ou até mesmo um acidente.
  • Não ofereça água ou alimentos a um cão-guia com o cego. Os cães-guias são muito bem treinados e nunca fazem mal à alguém, portanto, não tenha medo dele.
  • Se um cego com cão-guia lhe pedir ajuda, aproxime-se pelo lado direito. O cão estará à esquerda do condutor. O cego ordenará ao cão que o siga ou irá pedir para segurar seu cotovelo.
  • Fale diretamente com o cego e não interaja com o cão-guia.
  • Não se antecipe em tocá-lo. O cego vai orientar você.
  • Obs.: Todas as recomendações servem também para cães em treinamento, acompanhados de socializadores e treinadores.

 

Gostou de saber mais sobre esses heróis de quatro patas? Então compartilhe essa matéria com seus amigos nessa data especial!

Veja também a matéria apresentada pelo Fantástico sobre histórias de pessoas com cães-guia, clicando aqui.

Escrito por: Marina Camaño

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