Você já foi ou conhece alguém que foi atacado e mordido por um cão? E se o seu cachorro fosse atacado, você saberia o que fazer? Vamos falar sobre isso?
Apesar desses bichinhos fofinhos serem nossos companheiros, precisamos lembrar que são animais com instinto de proteção e podem agir de forma inesperada. Por isso, mexer com cães desconhecidos, soltos na rua ou até mesmo atrás de um portão, pode ser um perigo. E quando estamos caminhando com nossos cãezinhos pela rua, o contato com outros cães é quase inevitável. Logo, sempre existe a possibilidade de esbarrar em um animal que possa estar estressado e, por essa razão, acabe atacando outro cachorro ou seu tutor.
Para que você esteja bem-preparado para qualquer imprevisto, conversamos com a adestradora, Agatha Augusto, do Caiçara Pet, que nos deu algumas dicas de como agir nesses casos. Também trouxemos a veterinária Paola Americo, responsável pelo Hospital Veterinário 24h Clinvet, para explicar quais são os primeiros socorros. Confira:
Por que os cachorros atacam?
Essa pergunta pode ter muitas respostas. Os cães podem ter uma atitude agressiva por motivos como:
– Proteger sua comida;
– Defender seu território e seus filhotes;
– Estar sentindo alguma dor;
– Problemas de socialização;
– Fobias.
No entanto, acima de tudo, os ataques ocorrem quando há algum tipo de problema na comunicação corporal entre cães ou entre humano e animal, como explica a adestradora, Agatha Augusto.
“Normalmente o ataque ocorre quando há falha na comunicação ou um deles não foi bem socializado, assim ocorrendo brigas e ataques. Devemos sempre considerar todo o ambiente em que esse cão está e sua criação, alguns cães possuem uma posse muito grande com recursos, e os humanos são também um recurso”.
DICAS SOBRE ATAQUES DE CÃES A HUMANOS
Como agir se um cachorro atacar?
Sabemos que pode ser complicado, mas em uma situação de ataque é preciso se manter o mais calmo possível! Se o tutor estiver por perto, o ideal é deixar que ele tente controlar o animal.
No entanto, se o responsável não estiver por perto, tente se manter imóvel e proteja seus órgãos vitais deitando-se no chão em posição fetal. Caso esteja com uma mochila, ela também pode ser uma ótima arma de defesa.
“Evite fazer movimentos bruscos e afobados, bem como gritos. Esses comportamentos agitam muito os cães que tendem a ir mais pra cima ou continuar com o ataque”, explica Agatha.
Um cachorro me atacou, e agora?
Caso o ataque já tenha ocorrido, existem algumas medidas que devem ser tomadas. Primeiro, lave muito bem a ferida com água e sabão. Após isso, é hora de ir para o hospital!
Chegando no hospital, o médico deverá seguir os seguintes protocolos:
– Fazer novamente a limpeza do machucado e fechar muito bem o local com uma gaze (em casos de mordida animal não é recomendado fechar o machucado com pontos, pois pode causar infecção);
– O profissional poderá indicar alguma injeção antibiótica e medicamentos que devem ser tomados e aplicados na ferida por um período para cicatrização;
Caso o cão seja conhecido e você tenha algum contato com ele:
– O especialista deve pedir para que o paciente acompanhe o estado de saúde do animal por pelo menos 10 dias;
– Se o cão seguir vivo e saudável, provavelmente não será necessário a aplicação de vacina antirrábica.
Caso o animal seja desconhecido, de rua ou você não tenha acesso para acompanhá-lo:
– Poderão ser receitadas até cinco doses de vacina antirrábica, soro antirrábico e vacina antitetânica.
DICAS SOBRE ATAQUES ENTRE CÃES
Como agir se um cachorro atacar o meu?
Primeiro de tudo, nunca segure seu cãozinho apenas, pois ele continuará tomando mordidas sem ao menos ter chance de se defender. Se estiver sozinho, procure segurar o cão agressor e afaste o seu próprio com a outra mão. Em caso de estar com mais pessoas, o ideal é um segurar o agressor e outro ir em direção oposta.
“A melhor forma se separar uma briga, é movimentando os cães rapidamente pelas patas traseiras. Isso te dá um tempo de resposta maior e faz os cães perderem o equilíbrio, soltando a presa mais rápido”, explica a adestradora.
Em nossas buscas pela internet, encontramos esse vídeo onde um adestrador explica sobre o truque de puxar a coleira para cima para conter o cão. No entanto Ágatha pontua que podem ocorrer alguns contratempos nessa situação. “A coleira pode escapar e você ficar sem ao menos ter como manejar o cão. Também pode acontecer do cachorro acabar mordendo a mão do tutor em um momento de estresse, por estar muito próxima da boca dele”.
Quais os primeiros socorros para o cão?
Para realizar os primeiros socorros na vítima, é necessário analisar a gravidade dos ferimentos, como explica a médica veterinária da Clinvet, Paola Americo. “Em casos de ferimentos leves, deve-se lavar o ferimento com água corrente e sabão por 5 a 10 minutos, retirando todas as substâncias estranhas. Em seguida é preciso estancar o ferimento com um pano limpo e aplicar soro fisiológico. Mantenha a ferida coberta e leve para atendimento médico veterinário”.
Em casos de ferimentos graves, leve imediatamente a um serviço de emergência em um hospital veterinário. “Sangramentos podem ser contidos comprimindo-se o ferimento com compressas limpas. A lavagem com água sob alta pressão melhora os resultados, a limpeza cuidadosa é fundamental na prevenção das infecções. Os sinais e sintomas de infecção da ferida costumam aparecer dentro das primeiras 24 horas, mas, às vezes, podem surgir já nas primeiras 8 horas após a mordida”, pontua Paola.
Entre os sintomas estão:
– Febre e/ou calor no local;
– Edema (inchaço causado por excesso de líquido retido nos tecidos do corpo);
– Rubor (vermelhidão da pele em virtude da dilatação dos vasos sanguíneos);
– Dor;
– Secreção purulenta;
– Formação de abscesso ou necrose da pele.
Se não tratada adequadamente, a infecção da mordida pode causar complicações.
O ataque de um cão resultar em danos sérios e até na morte, por isso tome muito cuidado ao interagir com animais desconhecidos. O principal nessas situações é antecipar o acontecimento e prevenir!
Você já passou por alguma situação parecida? Conte sua experiência nos comentários.
Escrito por: Marina Camaño
